quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pilotei o Dirigível da Goodyear

Olá meus amigos, muito bom dia a todos !

Hoje divido aqui com vocês uma experiência maravilhosa que tive em Junho de 1999, uns 3 meses aproximadamente antes d'eu largar tudo e decidir ir embora para os EUA.
Naquela época papai trabalhava na United em Guarulhos e dado o tempo que ele tinha de aviação, conhecia muita gente, e entre esse povo todo, ele conhecia um dos pilotos de um dos dirigíveis da Goodyear que estava naquele tempo aqui no Brasil fazendo trabalho de divulgação da marca, participação em festas, rodeios e até jogos de futebol.
Essa visão abaixo foi muito comum nos céus de várias cidades brasileiras de 99 a 2001 aproximadamente:


"Dar uma volta" num "trem" desse era o sonho de muitos, pilotar então nem se fala... Pois para a inveja de muitos eu fui um desses felizardos, rssss
Uma manhã de Junho (dia de semana) papai me ligou no emprego (estágio) e disse: Você quer voar no dirigível da Goodyear ? Eu falei: "O senhor só pode estar brincando né ? Mas é lógico que sim !
Pedi dispensa para minha supervisora, a querida Viviane Borges e vapt, lá fui eu e meu querido velhinho pra São Paulo (Campo de Marte).
Estacionamos a nossa Chevrolet Caravan no estacionamento do PAMA e alguém nos levou até onde o "blimp" estava ancorado, isso mesmo, ancorado !
Na foto abaixo papai apreciando o "danado":


Papai me apresentou ao piloto do "bexigão" e logo embarcamos na gondola que tinha lugar para umas 6 ou 7 pessoas.
Ele tinha um "envelope" inflado com hélio e possuía 2 motores que proporcionava empuxo.
Infelizmente não consigo mais me lembrar do nome do piloto amigo do meu pai, mas me lembro que após embarcar, a tripulação de solo soltou as amarras e havia duas cordas guia de cada lado e a tripulação de solo fazia o "pushback" manual kkkk através dessas cordas.
Em poucos minutos a gente estava decolando pela pista 12 do Campo de Marte:


Também não consigo me lembrar mais com exatidão quanto tempo ficamos voando, mas seguramente foi algo por volta de 2 a 3 horas !
Me lembro de ter sobrevoado  Barueri (Alphaville), Aldeia da Serra, Estádio do Morumbi, Pacaembú, etc ....
Mas o melhor de tudo foi que logo após a decolagem, o comandante perguntou se eu era piloto ou tinha noção ?
Eu disse que sim, que voava em simulador de voo desde 1995 e era aficionado por aviação desde bebê, ele deu risada, se levantou e me passou uma ordem: ASSUMA O COMANDO ! 
Eu quase tive um enfarto, kkkk
Mas não foi preciso pedir 2 vezes, logo sentei, ele me passou instruções básicas de controle da máquina e foi de boa...
Abaixo eu no comando do PT-MKJ (N604LG nos EUA) com papai de "copila". Naquela época ainda não tinha feito cirurgia para correção de miopia e usava um óculos ridículo e "fundo de garrafa" rsssss




Voei aquela máquina quase que o voo inteiro, foi um sonho que se materializou. O "comandante de verdade" ficou 99% do tempo no assento à minha direita apenas supervisionando o "meu trabalho" rssss, saindo apenas alguns instantes para papai bater foto ao meu lado.
Ao pousarmos, nos despedimos, agradecemos e papi foi pra GRU trabalhar e eu peguei a "caravosa", peguei a Rodovia dos Bandeirantes e taquei lhe pau... Não via a hora de chegar em Campinas pra contar aos amigos a façanha, rssss.
Pois é meu caros, foi uma experiência de fato inesquecível.,

Ainda falando da experiência de sentar na cadeira do chefe, abaixo uma foto minha tirada no cockpit de um 767-300 da United em Orlando no ano 2000:


Tripulação super simpática e não só permitiu que eu entrasse na cabine como também o "poderoso chefão" se levantou para que eu sentasse no assento dele, pegou minha máquina e bateu a foto.
Meus queridos, é isso... 

Aproveitando a oportunidade, há um pessoal me pedindo para postar resumos para estudo da banca da ANAC.
Estou escaneando os meus e prometo até sábado postar aqui no blog.

Abraços !

3 comentários:

  1. Ediel, lembro muito de ver o blimp aqui em Campinas lá pro fim dos anos 90, lembro que teve uma época que apareceu mais de uma vez no mesmo mês. Eu era molecão, saia num grande quintal aberto que tinha aqui em casa e ficava admirando, o blimp sempre me agraciava parando sobre (ou quase sobre) minha posição, acho que o piloto queria agradecer o prestigio :P, pode me falar mais alguma coisa sobre essa máquina em específico? Foi só uma? Essa foto no prédio não é em CPS é? Que fim levou e pq nunca mais voltou? Tem mais fotos?

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  2. Olá Danlucio. Estava procurando imagens do meu irmão que foi piloto do dirigível no Brasil para homenagea-lo hoje, dia da aviação. Foi por acaso que cheguei ao seu relato. Achei sua experiência emocionante e resolvi lhe passar esse texto que saiu na revista Galileu da época. Meu irmão trabalha hoje como piloto de aeronaves nos EUA, quem sabe não possam um dia conversar sobre a paixão que os une? Meu email: elizabethzacconi@yahoo.com Abraços e bons vôos. Um brasileiro no comando
    Entre o seleto grupo de profissionais aptos a comandar os charutões, está um único brasileiro: o carioca Carlos Bolognini, de 36 anos. Depois de trabalhar como mecânico de aeronaves no Brasil, ele foi para os Estados Unidos, em 1988, com 1.300 dólares no bolso e o sonho de ser piloto. Lá, fez de tudo: foi caseiro, entregador de pizza, motoboy e vendedor de carros para pagar as aulas de vôo no final de semana. Deu certo. Cinco anos depois, Bolognini tinha em mãos a licença de piloto profissional de jato. Voando pela Flórida no ano passado, ele soube que a Lightship Group, uma empresa de operação de dirigíveis, estava à procura de um piloto que falasse português, já que pretendia expandir seus negócios para a América Latina. Era o desafio que faltava: Bolognini matriculou-se num curso de pilotagem específico para conseguir a habilitação da FAA, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos. Foram um mês de curso teórico e mais 300 horas de vôo com instrutor, mas valeu a pena. Ao final da maratona, ele se tornava um dos raros pilotos de dirigíveis do mundo. "É mais difícil pousar um dirigível do que um Boeing. Ele requer mais sensibilidade e habilidade do piloto, pois é grande, leve e fica sujeito à ação do vento", explica.
    É justamente por isso que uma equipe sempre acompanha esse tipo de aeronave. Ao todo são 14 pessoas: oito se envolvem nos pousos e decolagens e as demais trabalham na manutenção.

    Em São Paulo, onde comanda o Spirit of The Americas, Bolognini ajuda a treinar um piloto e uma equipe que cuidarão do dirigível da Goodyear, nos vôos que a empresa pretende fazer pelo país afora. "Com o aumento do uso de dirigíveis publicitários e os pr
    ojetos futuristas, essa é uma área promissora dentro da aviação", considera.

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    1. Olá Elizabeth, boa tarde ! Meu nome é Ediel. O Deoclécio é apenas um leitor do meu blog. Me passe seu e-mail pra eu te enviar uma foto que eu não publiquei no blog, onde estou junto com o piloto do blimp apenas pra confirmar se é o seu irmão...
      Fico no aguardo.

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