quinta-feira, 16 de julho de 2015

16 de Julho - Dassault Mercure e Estudos para banca da ANAC

Bom dia pessoal !

Aqui vamos nós para mais uma quinta-feira de muito estudo, rsssss.

Mas antes, como sempre faço, falarei de um avião escolhido.
Esse avião muita gente nunca ouviu falar, mas é interessante saber sobre ele.
Trata-se do Dassault "Mercure" que voou pela primeira vez em Maio de 1971:


Foi uma tentativa da fabricante francesa de construir um rival para o Boeing 737.
Devido a falta de pedidos e a dificuldade para financiamento da fábrica, apenas 12 foram construídos, sendo 2 protótipos e 10 entraram em operação pela cia aérea francesa Air Inter:




Esses 10 aviões acumularam mais de 360.000 horas de voo e o último deles foi retirado de serviço em 29 de Abril de 1995.
Nunca registraram nenhum incidente sério, voavam mais rápido que o 737-200 e levavam mais passageiros também, mas infelizmente nem sempre um bom produto vinga no mercado. É necessário muitas das vezes um "caminhão de dinheiro" em investimentos para se viabilizar a comercialização do produto em forma tanto de financiamento para investimento na linha de produção como financiamento para vendas, coisa que faltou para a Dassault e que a Boeing tinha de sobra...

À tarde eu atualizo esse mesmo post com os estudos para prova da ANAC.

Até breve.








Bom galera, chega de descanso e vamos aos estudos:

Como prometido, voltarei a estudar METEOROLOGIA de onde havia parado no dia 26 de Maio.
Naquela ocasião a gente tinha visto:

* EQUILIBRIO TERMICO DA ATMOSFERA (razão adiabática seca e úmida)
* CALCULO DE TEMPERATURA NA BASE DA NUVEM

A partir de agora, como o tempo é curto e o conteúdo muito grande, farei resumos mais curtos:


METEOROLOGIA AERONÁUTICA

=> VENTOS

Vento é um movimento horizontal de ar provocado por uma diferença de pressão entre dois pontos.

Força do gradiente de pressão:
* o vento sopra em função de uma diferença de pressão
* o vento sopra da pressão maior (alta pressão/tempo bom) para a pressão menor (baixa pressão/tempo ruim)
* quanto maior for a diferença de pressão entre dois pontos e quanto mais próximas estiverem as isóbaras, maior será a velocidade do vento.
* o vento que sopra regido somente pela força do gradiente de pressão é denominado vento barostrófico.


Força de Coriólis
É a força desviadora do vento devido ao movimento de rotação da Terra.
O vento que flui regido pelas forças do gradiente de pressão e Coriólis é denominado vento geostrófico.


Força centrífuga
Os ventos que fluem equilibrados pelas forças do gradiente de pressão, Coriólis e centrífuga, são denominados ventos gradientes.


Força de atrito
O vento que flui próximo à superfície da terra sofre influência direta desta superfície, modificando tanto a direção como a velocidade. Esta influência é denominada força de atrito.

O atrito da superfície é efetivo até 600 metros, denominado "nível gradiente". A camada atmosférica compreendida entre a superfície o o nível gradiente, é chamada "camada de fricção" e a atmosfera acima de 600 metros é denominada "atmosfera livre".

A camada de fricção por sua vez divide-se em duas:
* camada limite, que vai da superfície até 100 metros
* camada de transição, que vai de 100 a 600 metros de altura.

O vento dentro da camada limite é chamado vento de superfície. Dentro da camada de transição é chamado vento barostrófico e dentro da camada livre é chamado vento geostrófico conforme figura abaixo:


=> CIRCULAÇÃO DOS VENTOS

Como foi visto, a força do gradiente de pressão, faz com que o vento sopre da alta para a baixa pressão, sofrendo no entanto efeito da força de Coriólis que provoca um desvio para a esquerda no hemisfério sul e para a direita no hemisfério norte. Em função destas forças que atuam sobre o vento, os centros de pressão adquirem características próprias em cada hemisfério.

* Hemisfério Sul:
alta pressão = vento divergente, anticiclônico, anti-horário, NOSE (Norte, Oeste, Sul, Este), bom tempo, vento fraco e afundamento
baixa pressão = vento convergente, ciclônico, horário, NESO, mau tempo, vento forte e elevação.

* Hemisfério Norte:
alta pressão = vento divergente, anticiclônico, horárrio, NESO, bom tempo, vento fraco e afundamento.
baixa pressão = vento convergente, ciclônico, anti-horário, NOSE, mau tempo, vento forte e elevação.



Sugiro assistir ao ótimo vídeo explicativo do Cmte. Pereira no youtube a respeito disso para solução de perguntas/questões a respeito:



=> COMO O VENTO É DESCRITO

A observação completa do vento nos códigos METAR, SPECI e TAF compõe-se dos seguintes elementos:

1) Direção: É definida de onde sopra o vento. É expressa em graus magnéticos (para uso de tráfego aéreo), sempre de 10 e 10 graus.

2) Velocidade: É a distância horizontal percorrida por uma partícula de ar durante a unidade de tempo. Sempre expressa em nós (Knots / KT)

Exemplo: 09008KT = vento com direção 90 graus e velocidade de 8 nós.

3) Rajada: é o pico máximo da velocidade informada quando a velocidade máxima ultrapassar a velocidade média em 10 nós ou mais. Esta velocidade será indicada logo após a velocidade média, precedida da letra G.

Exemplo: 22012G25KT = vento com direção 220 graus, velocidade média de 12 nós e rajada de 25 nós.

Considerações:

vento calmo: é assim considerado quando a velocidade estiver abaixo de 1KT e codificado através di grupo 00000KT.

vento variando: quando a variação da direção do vento for de 60º ou mais, podendo ser codificada de duas maneiras:
* direções extremas: para variação de 60º ou mais, porém menor de 180º e velocidade igual ou superior a 3 nós.

Exemplo: 31010KT 280V350

Aprendendo a ler um METAR / Como decifrar um METAR:

clique na imagem para ficar "tela cheia".


METAR (METeorological Aerodrome Report - Relatório Meteorológico de Aeródromo)







Para maiores detalhes de abreviações, sugiro uma leitura no site do amigo André de SP:
http://www.voovirtual.com/t2069-metar-entendendo-e-interpretando



=> CARTAS DE VENTO (WIND ALOFT PROG)

O vento representado nestas cartas é o vento geostrófico (força de Coriólis).
As cartas são elaboradas para os seguintes níveis de voo:
FL050, FL100, FL180, FL240, FL300, FL340, FL390, FL450 e FL630

1. Direção do vento - é representada por hastes de seta na direção da qual o vento está soprando.

2. Velocidade do vento - a velocidade do vento é representada por rebarbas e flâmulas cheias.
Uma rebarba representa 5 nós; Uma flâmula representa 50 nós:



3. Temperatura - a temperatura, em graus Celsius é plotada acompanhada do sinal (+) quando positiva e sem o sinal quando for negativa; referindo-se ao nível de voo (FL) da respectiva carta e ao ponto geográfico no qual está plotado:




=> CIRCULAÇÃO GERAL

As regiões equatoriais recebem mais energia solar que as regiões polares.
Este maior aquecimento no equador provoca uma região de baixa pressão, criando um fluxo de ar na superfície dos polos para o equador e em altitude do equador para os polos.
A circulação geral na atmosfera apresenta 3 aspectos:

1. ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL (ZCIT) também conhecida como ITCZ em inglês.
É uma zona de convergência em baixos níveis na região de fronteira entre os hemisférios Norte e Sul.
Assemelha-se a um cinturão com atividades convectivas, onde se espalham nuvens cúmulos-nimbos.

2. CIRCULAÇÃO INFERIOR (até 20.000 pés) - No paralelo 30º de cada hemisfério, existem centros de altas pressões estacionários, denominados "cinturões de anticiclones". As altas pressões desses paralelos fazem com que o vento flua na direção das baixas pressões no equador, criando um fluxo de ar constante, denominado ventos alísios, predominando de sudeste no hemisfério sul e nordeste no hemisfério norte.



3. CIRCULAÇÃO SUPERIOR (acima de 20.000 pés) - a distribuição dos ventos nos níveis superiores tem origem nas latitudes equatoriais e tropicais, no retorno dos ventos da circulação inferior para os polos.
Apresentam direção predominante de Oeste, devido à força de Coriólis, onde podem ser destacados os seguintes ventos:

a) correntes de jato: área de ventos fortes concentrados em uma faixa relativamente estreita na Troposfera superior em latitudes médias e regiões subtropicais dos hemisférios.

* temos duas em cada hemisfério, largura de 400km embora as vezes possa chegar até 500km de espessura.
* velocidade mínima de 50 nós, sendo mais intensa no outono e inverno.
* direção é sempre Oeste em ambos os hemisférios
* nebulosidade - o tipo comum de nuvem associada à corrente de jato é o Cirrus uncinus, ou rabo-de-galo


* Turbulência de céu aberto
* representação na SIG WX PROG: por se tratar de um fenômeno meteorológico significativo, a corrente de jato possui uma representação conforme exemplo abaixo:


b) contra-alísios: constituem-se no retorno dos alísios, recurvando para os polos inicialmente de noroeste no hemisfério sul e sudoeste no hemisfério norte, sobre as latitudes médias entre 5º e 15º de cada hemisfério.

c) jatos de este: ocorrem normalmente acima de 40.000 pés sobre as latitudes equatoriais e tropicais de cada hemisfério e se propagam até 20º, sendo mais intensos no verão, atingindo velocidades entre 50 e 60 nós.

d) ventos Krakatoa: os ventos Krakatoa predominam de ste, acima da tropopausa e acima da corrente de Berson, com velocidades que as vezes ultrapassam 100 nós.

e) vórtices polares: as circulações superiores dos dois hemisférios a partir das latitudes tropicais começam a se definir acompanhando a rotação da Terra, em espirais de este para oeste, até os respectivos polos. Esse movimento do ar retornando para os polos por efeito do arrasto proveniente da rotação da Terra vai espiralando em torno dos hemisférios, indo terminar sob a forma de vórtices muito velozes e chamados de vórtices polares.




Bom meus amigos, vou deixar um pouco para amanhã, rssssss

hasta la vista !

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